terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vídeos da ONU- Capítulo 3

Como vimos no Capítulo 3 a ONU não tem só por função manter a paz entre as nações, ela também tem como papel promover discussões sobre os impactos ambientais no Planeta Terra. O vídeo abaixo foi feito para falar sobre os efeitos negativos que o homem traz para a natureza no ano de 2011, considerado o Ano da Floresta.


O vídeo a seguir fala sobre o papel geral da ONU no mundo.




Vídeo que fala sobre as metas da ONU até 2015.

                                         

11 de Setembro


  Os atentados de 11 de setembro marcaram a história americana e mundial no século XXI como Pearl Harbor no século XX. Foi entre outras coisas, o álibi para iniciar a “guerra contra o terrorismo” contra países muçulmanos a fim de assegurar seu controle sobre as fontes de petróleo. Mas não só isso serviu para legitimar o poder de um presidente após uma eleição conturbada.
Essa “guerra contra o terrorismo” aumentou o choque entre civilizações, culturas e serviu para criar um inimigo aos Estados Unidos tão grande, ou ainda maior do que a União Soviética na época da Guerra Fria, mas também criou um inimigo abstrato, que não era um Estado. Além do Afeganistão, que abrigava a Al Qaeda, outro alvo dos Estados Unidos foi o Iraque(que aparente mente não tem nenhuma conexão com a Al Qaeda nem o Afeganistão), o que reforça ainda mais a teoria que a guerra serviu para controlar as reservas de petróleo.
A criação de um medo contra os terroristas colocou os americanos em pânico, e o governo adotou uma série de medidas que reforçaram esse sentimento, criando um estado semelhante à Alemanha nazista, restringindo as liberdades dos cidadãos e deportando e prendendo cerca 1200 estrangeiros, muitos sem acusação prévia. Também houve uma mobilização dos Estados Unidos colocando o mundo contra ou a seu favor, sendo que os contrários a seus interesses seriam a favor dos terroristas, criando um clima semelhante ao da Guerra Fria. E George Bush, um homem primário, diferente de seu antecessor, Bill Clinton, não hesitou a violar leis do Direito Internacional transformando os Estados Unidos em seu governo na maior ameaça à paz e à segurança mundial.
Era também necessário criar novas missões para a CIA, que estava quase inativa desde a Guerra Fria, enquanto o FBI se expandia, sobretudo no Leste Europeu. Tanto o FBI, quanto a Cia, já tinham informações necessárias que levassem a crer que a qualquer momento os EUA fossem atacados por terroristas, como militantes de grupos islâmicos que faziam curso de aviação. Eleanor Hill, antiga Inspetora geral do Departamento de Defesa e chefe da equipe formada pelo comitê do Congresso para investigar as falhas que permitiram os ataques de 11 de setembro, e 1998 a agosto de 2001, a Cia e o FBI receberam informações dos interesses da Al Qaeda a atacar Washington e Nova York. Foi como se os houvesse uma manipulação dos ataques para instituir a ditadura planetária das grandes empresas e do capital financeiro com os Estados Unidos à frente.  

Texto escrito por Paulo Elias Cury no blog http://portalclio.blogspot.com

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

11 de Setembro de 1973- Chile- Diretor Ken Loach

Vídeo que fala sobre o 11 de Setembro de 1973 no Chile:



Entrevista com Noam Chomsky sobre os atentados de 11 de Setembro


É possível a nação vencer uma suposta guerra contra o terrorismo? Se for o caso, como? Se não, o que deveria fazer a administração Bush jura prevenir-se de atentados como os que sofreram Nova York e Washington?

CHOMSKY: Se quisermos refletir seriamente sobre essa questão, devemos reconhecer que em grande parte do mundo os EUA são vistos como um Estado líder do terrorismo, e por uma boa razão. Podemos considerar, por exemplo, que em 1986 os EUA foram condenados pela Corte Mundial por "uso ilegal da força" (terrorismo internacional) e então vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que instava todos os países (referindo-se aos EUA) a aderir às leis internacionais. Este é apenas um, entre inúmeros exemplos.
Mas, para nos mantermos especificamente na pergunta apresentada o terrorismo alheio dirigido contra nós , sabemos muito bem como o problema deve ser tratado, caso queiramos diminuir a ameaça em vez de agravá-la, em escala crescente. Quando as bombas do IRA explodiram em Londres, ninguém falou em bombardear Belfast, ou Boston, as fontes da maior parte do apoio financeiro recebido pelo IRA. Deu-se preferência a se providenciar a captura dos criminosos, e muitos esforços foram empreendidos para enfrentar com o que sustentava o terror. Quando um edifício federal foi explodido na cidade de Oklahoma, logo houve um clamor defendendo que se bombardeasse o Oriente Médio, o que provavelmente teria acontecido se a origem do atentado estivesse lá. Mas, quando se descobriu que ela era doméstica, com articulações de milícias de extrema direita, ninguém disse nada a respeito de destruir os Estados americanos de Montana e Idaho.
Em vez disso, deflagrou-se uma caçada aos responsáveis pelo atentado, que foram presos, levados a julgamento e sentenciados, e empreenderam-se esforços para entender o ressentimento que estava por trás desses crimes, assim como para dirimir o problema. Praticamente todo crime - seja um assalto na rua ou uma atrocidade de proporções colossais - tem sua razão, e o mais usual é compreendermos que essas razões devem ser levadas em conta e que precisamos resolver o problema.
Há formas apropriadas e legais de se proceder em relação a crimes, sejam quais forem as suas proporções. E há precedentes. Um nítido exemplo é o que acabei de mencionar, um exemplo que não admite controvérsias, devido à reação das mais altas autoridades internacionais.
Nos anos 1980, a Nicarágua foi vítima de um violento ataque conduzido pelos EUA. Dezenas de milhares de pessoas morreram. O país sofreu uma substancial devastação e jamais pôde se recuperar. O ataque terrorista internacional foi acompanhado por uma arrasadora guerra econômica, que um pequeno país, isolado do mundo por uma vingativa e cruel superpotência, dificilmente poderia enfrentar, como revelaram em detalhes os principais historiadores que estudam a Nicarágua, como Thomas Walker, por exemplo. Os efeitos sobre o país foram muito mais severos do que a tragédia ocorrida recentemente em Nova York. E eles não retaliaram bombardeando Washington. Eles recorreram à Corte Mundial, que deliberou em seu favor, ordenando aos EUA que voltassem atrás e pagassem uma reparação substancial. Os EUA desdenharam da Corte Mundial e de sua sentença, respondendo com uma nova onda de intensificação dos ataques à Nicarágua. O país, então, recorreu ao Conselho de Segurança, que em conseqüência passou a discutir uma resolução determinando aos Estados que observassem as leis internacionais. Os EUA, e tão-somente eles, vetaram a resolução. A Nicarágua foi então à Assembléia-Geral, que discutiu uma resolução similar, com a oposição, por dois anos seguidos, apenas dos EUA e de Israel (tendo certa vez a adesão de El Salvador). É assim que um Estado deve proceder. Se a Nicarágua fosse suficientemente poderosa, poderia ter convocado uma outra corte criminal. Essas seriam medidas que os EUA deveriam tomar, sendo que no caso ninguém teria como bloqueá-las. É isso que todo mundo está pedindo que os EUA façam, incluindo aí seus aliados.
Convém lembrar que os governos do Oriente Médio e do Norte da África, como o governo terrorista da Argélia, um dos mais perniciosos do gênero, ficariam contentes em juntar-se aos EUA para fazer oposição às redes terroristas que os atacam. São o seu inimigo principal, mas até eles estão pedindo provas, já que querem agir dentro de moldes minimamente comprometidos com as leis internacionais. A posição do Egito é mais complexa. Eles estão inseridos no sistema original que organizou as forças islâmicas radicais, do qual a rede de bin Laden faz parte. Foram as primeiras vítimas dessa estrutura, quando Sadat foi assassinado. E têm sido as
principais vítimas dela, desde então. Gostariam muito de esmagá-la, mas, segundo declaram, apenas depois que alguma prova for apresentada, indicando culpados, e em obediência à Declaração da ONU e sob a égide de seu Conselho de Segurança.
É esse o curso a seguir para reduzir a probabilidade de futuras atrocidades. Há, entretanto, um outro caminho: reagir com extrema violência e aguardar a escalada de violência que virá, dentro do mesmo ciclo, levando a futuras atrocidades similares a estas que estão instigando pessoas a pedir vingança. Conhecemos essa dinâmica.


EUA – O Único Estado Terrorista condenado pela ONU


            Vale a pena lembrar – particularmente por se tratar de um dado que foi sistematicamente ocultado – que os EUA são o único país do mundo que já foi condenado  por terrorismo internacional pela Corte Mundial e que vetou uma resolução do Conselho de Segurança que exigia que eles respeitassem as leis internacionais.
Os Estados Unidos são reincidentes no terrorismo internacional. Há alguns exemplos menos gritantes, em comparação com o da Nicarágua. Todos aqui se sentiram indignados, com justiça, pelo que aconteceu no episódio da bomba na cidade de Oklahoma e, por
alguns dias, as manchetes anunciavam: “Oklahoma ficou parecendo Beirute.” Mas não vi ninguém destacando que Beirute também se parecia com Beirute, e em parte é porque a administração Reagan promoveu uma explosão de bombas, em moldes terroristas, em 1985,
muito parecida à de Oklahoma - um caminhão cheio de explosivos, deixado do lado de fora de uma mesquita e com um timer ajustado para explodir na hora em que as pessoas estivessem saindo, de modo a matar o maior número delas. Oitenta pessoas foram mortas e 250 feridas, a maioria mulheres e crianças, de acordo com as reportagens do Washington Post três anos mais tarde. A bomba terrorista visava um sacerdote muçulmano que não era apreciado por eles e a quem eles não conseguiram atingir. Isso não é segredo para ninguém. Não sei que nome se dá ao tipo de política que se constitui na principal causa da morte de, quem sabe?, milhões de civis no Iraque, entre eles talvez meio milhão de crianças, que é o preço que o Secretário de Estado diz que nós estamos dispostos a pagar. Há algum nome para isso?
Apoiar as atrocidades cometidas por Israel é outro bom exemplo.
Apoiar o massacre da Turquia contra as populações curdas, que recebeu da administração Clinton uma decisiva sustentação, na forma de 80% dos armamentos lá utilizados, um estímulo à escalada de atrocidades, é outro exemplo substancial. E aqui se trata de uma verdadeira atrocidade em massa, uma das mais ferozes campanhas de "limpeza étnica" e destruição genocida dos anos 1990, muito mal divulgada devido à proeminente responsabilidade dos EUA no caso - e quando mencionada, é tomada como uma demonstração de
falta de polidez, logo descartada como uma pequena "falha" em nossa dedicada cruzada pelo "fim da desumanidade" cometida pelo mundo afora.
Ou vamos falar da destruição das instalações farmacêuticas de Al-Shifa, no Sudão, uma breve nota de pé de página no histórico do Estado de terror, logo esquecida. Qual teria sido a nossa reação se bin Laden tivesse destruído metade dos suprimentos farmacêuticos dos EUA, bem como as instalações indispensáveis para repô-los? Podemos imaginar facilmente, apesar de a comparação ser injusta: as conseqüências foram muito mais graves no Sudão. Deixando isso de lado, se os EUA ou Israel, ou a Inglaterra, fossem o alvo de tal atrocidade, que reação teriam? No nosso caso, dizemos: "Ora, que pena, uma pequena falha nossa, vamos para o próximo item, e que as vítimas se danem.”Mas as demais pessoas no mundo não reagem dessa forma. Quando bin Laden fala desses atentados, ele toca numa corda bastante sensível, mesmo para aqueles que o desprezam e temem. E, infelizmente, o mesmo vale para todo o restante de sua retórica.
Apesar de ser uma mera nota de pé de página, o caso do Sudão é bastante instrutivo. Um aspecto interessante é a reação que ocorre quando alguém se atreve a mencioná-lo. Eu já o fiz algumas vezes e tornarei a fazer, em resposta a questões levantadas por jornalistas,
logo após os atentados de 11 de setembro. Observei na ocasião que o número de vítimas do "crime horrendo" de 11 de setembro, cometido com "absoluta e medonha crueldade" (citando Robert Fisk), poderia ser comparado às conseqüências do bombardeio que Clinton dirigiu contra as instalações de Al-Shifa, em agosto de 1998. A conclusão, muito plausível, desencadeou uma reação extraordinária, que ocupou muitos jornais e web.cites.com condenações exaltadas, e bastante empoladas, que vou ignorar. O único aspecto importante é que esta
simples frase - que, num exame mais próximo, parece até pouco enfática - foi considerada por alguns comentaristas como totalmente ultrajante. É difícil escapar da conclusão de que, em um nível mais profundo, muito embora possam negá-lo para si mesmos, eles encaram seus crimes contra os mais fracos como tão normais quanto o ar que respiram.

A entrevista acima foi retirada da compilação de entrevistas com o Linguista Noam Chomsky contidas no livro "11 de Setembro" e estava postada no site http://www.culturabrasil.org/guerracontraoterrorismo.htm